Nota da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre a vacinação contra a Covid-19

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) em virtude da aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em caráter emergencial, das vacinas contra COVID-19 (Coronavac e Oxford), produzidas pela Sinovac e AstraZeneca, em parceria com o Instituto Butantan e Fundação Oswaldo Cruz, respectivamente, em face do início da campanha de vacinação no Brasil, vem publicamente se manifestar nos termos que se segue:

1) É imperiosa a realização de ampla cobertura vacinal na população brasileira contra a COVID-19, com qualquer das vacinas aprovadas pela Anvisa (recomendamos a leitura do editorial publicado no ABC);

2) Mesmo diante deste importante avanço no combate à pandemia em âmbito nacional, as medidas de distanciamento social, uso de máscaras, higiene das mãos e outras preconizadas pelas autoridades sanitárias devem continuar sendo fielmente observadas, inclusive após a vacinação;

3) O aumento de casos diagnosticados, de internações hospitalares e de óbitos decorrentes da COVID-19 no último mês, fruto da flexibilização das medidas de distanciamento social, notadamente durante o período eleitoral e nas festas de final de ano, são um forte alerta para a fiel observância das recomendações das autoridades sanitárias;

4) Apesar do avanço da terapêutica da COVID-19, sobretudo nos cuidados intensivos, ainda não há tratamento capaz de inibir de forma eficiente e comprovada a replicação viral. Portanto, os fármacos usados para o chamado “tratamento precoce” ainda não comprovaram eficácia, conforme atestou a Anvisa; 2

5) Como verificado no pico anterior da pandemia é necessário se atentar paralelamente para o possível aumento de mortalidade por doenças cardiovasculares, sobretudo em domicílio.

6) Nesse sentido, a manutenção das terapias para as enfermidades vinculadas ao coração devem ser perseguidas com tenacidade e os cuidados cardiológicos precisam ser tratatos com a mesma atenção da COVID-19, dada a sua relevância médica e riscos de comorbidades que podem impactar no tratamento da própria COVID-19;

7) As autoridades do Estado brasileiro (Executivo, Legislativo e Judiciário), nos três níveis federativos, devem atuar em harmonia, em obediência a Constituição Federal e as leis, para assegurar o direito à saúde de forma ampla, ou seja, fortalecer o Sistema Único de Saúde.

Por fim, a SBC atuará sempre, em sintonia com sua tradição, em parceria com as demais entidades médicas, sobretudo a Associação Médica Brasileira, na defesa dos interesses dos brasileiros e da prática da medicina com base no melhor da ciência.

A Diretoria

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